quarta-feira, 9 de abril de 2014

O Estranho Mundo de Jack (1993)

O Estranho Mundo de Jack é um filme de animação norte-americano de 1993, dirigido por Henry Selick, produzido e co-escrito por Tim Burton. Conta a história de Jack Skellington da "Cidade do Halloween" que abre um portal para a "Cidade do Natal". Danny Elfman escreveu as músicas da banda sonora, desde a voz de Jack, bem como de outros personagens. O elenco de voz principal inclui Chris Sarandon como Jack Skellington e Catherine O'Hara como Sally.

A gênese do filme começa a partir de um poema criado por Tim Burton quando era um animador da Disney no início dos anos de 1980. Com o sucesso de Vincent em 1982, a Disney começou a considerar O Estranho Mundo de Jack como um especial de televisão em 30 minutos. Ao longo dos anos, as ideias de Burton regressaram novamente ao projeto, e em 1990, Burton e a Disney fizeram um acordo de desenvolvimento. A produção começou em Julho de 1991 em São Francisco. A Walt Disney Pictures decidiu lançar o filme sob o nome da Touchstone Pictures devido ao pensamento que o resultado final seria "muito obscuro e assustador para as crianças". Ao longo dos anos, tem sido como um, sucesso crítico e financeiro, resultando num investimento pela Disney em sua publicação no formato Disney Digital 3D desde 2006.

O Estranho Mundo de Jack
The Nightmare Before Christmas


Jack Skellington é um ser fantástico que vive na Cidade do Halloween, um local cercado por criaturas fantásticas. Lá todos passam o ano organizando o Halloween do ano seguinte mas, após mais um Halloween, Jack se mostra cansado de fazer aquilo todos os anos. Assim ele deixa os limites da Cidade do Halloween e vagueia pela floresta. Por acaso acha alguns portais, sendo que cada um leva até um tipo de festividade. Jack acaba atravessando o portal do Natal, onde vê demonstrações do espírito natalino. Ao retornar para a Cidade do Halloween, sem ter compreendido o que viu, ele começa a convencer os cidadãos a sequestrarem o Papai Noel e fazerem seu próprio Natal. Apesar de argumentos fortes de Sally contra o projeto, o Papai Noel é capturado. Mas os fatos mostrarão que Sally estava totalmente certa.


Tim Burton escreveu um pema de três páginas intitulado The Nightmare Before Christmas quando ele era um animador da Walt Disney Animation Studios, no início da década de 1980. A inspiração de Burton veio através dos especiais de televisão Rudolph the Red-Nosed Reindeer (A Rena do Nariz Vermelho), How the Grinch Stole Christmas! (Como o Grinch Roubou o Natal!) e do poema A Visit from St. Nicholas (Uma Visita de São Nicolau). Com o sucesso de Vincent em 1982, a Disney começou a considerar O Estranho Mundo de Jack como um curta-metragem qualquer ou como um especial de televisão com duração de 30 minutos. 


Rick Heinrichs e Burton criaram a arte conceitual e o storyboard, com Heinrichs também trabalhando na modelação dos personagens. "Naquela época eu teria feito qualquer coisa para retirar o projeto", explicou Burton. "Havia muita conversa sobre ele ser um curta-metragem qualquer ou um especial de TV, como foi o caso de Vincent mas não deu em nada. Também quis ter Vincent Price como narrador". Burton mostrou a Henry Selick, que também era um animador da Disney no início da década de 1980, o material que ele e Heinrichs haviam desenvolvido.


Ao longo dos anos, os pensamentos de Burton retornaram regularmente para o projeto. Em 1990, Burton descobriu que a Disney ainda detinha os direitos do filme e ambos estavam empenhados em produzir um longa-metragem com Selick como diretor. A Disney estava ansiosa para produzir as imagens, mostrar as capacidades de realizações técnicas e histórias que estavam presentes em Who Framed Roger Rabbit (Uma Cilada para Roger Rabbit). O Estranho Mundo de Jack foi o terceiro filme de Burton com uma temática sobre o Natal. Tim não poderia dirigir o filme devido ao seu compromisso com Batman Returns e ele também não queria estar envolvido no processo lento e trabalhoso de um stop motion.


Para adaptar o seu poema em um roteiro, Burton recrutou Michael McDowell, seu colaborador em Beetlejuice (Os Fantasmas se Divertem). Devido às diferenças criativas entre McDowell e Tim, Burton ficou convencido em produzir um filme como musical com letras e composições escritas por seu frequente colaborador, Danny Elfman. Elfman e Burton criaram uma história áspera e dois terços das músicas do filme, enquanto que Selick e sua equipe de animadores começaram a produção em Julho de 1991 com uma constituição de 200 trabalhadores. Joe Ranft ficou responsável pelo storyboard, enquanto Paul Berry foi contratado como supervisor de animação. No total foram 109.440 quadros tirados para o filme.


Elfman encarou a tarefa da composição das dez músicas para o filme como uma das tarefas mais fáceis que já teve. "Tinha muito em comum com o Jack Skellington" dizia ele. Caroline Thompson, foi contratada para escrever o roteiro. Com o roteiro de Thompson, Selick afirmou, "Há poucas linhas de diálogo que visivelmente foram escritas por Caroline. Estava ocupada com outros filmes e teve constantemente que reescrever, reconfigurar e desenvolver a configuração visual do filme". O trabalho de Ray Harryhausen, Ladislas Starevich, Edward Gorey, Charles Addams, Jan Lenica, Francis Bacon e Wassily Kandinsky influenciou os cineastas. Selick descreveu o design de produção como semelhante a um livro pop-up. Além disso, Selick declarou que quando se chega à Cidade do Halloween, era algo completamente escandalosamente Seuusniano. Finalmente, quando ele está entregando presentes no mundo real, tudo é puro, simples e perfeitamente alinhado.


Sobre a direção do filme, Selick refletiu: "É como se ele [Burton] tivesse posto um ovo e eu tivesse me sentado e chocado. Ele não se envolveu como nos seus outros trabalhos, mas há uma mãozinha sua no trabalho. Era o meu trabalho, tornar o projeto 'um filme de Tim Burton', algo que não é tão diferente dos meus próprios filmes". Quando perguntado sobre o envolvimento de Burton, Selick afirmou: "Eu não quero tirar os créditos de Tim, mas ele não estava em São Francisco, quando nós fizemos isto. Veio umas cinco vezes em mais de dois anos e gastou não mais do que oito ou dez dias ao todo". A Walt Disney Animation Studios contribuiu com algum uso da animação tradicional. A participação de Tim Burton acabou por seu um pouco difícil devido aos projetos paralelos em que estava envolvido, que além de trabalhar em Batman Returns fazia parte do projeto de pré-produção de Ed Wood.


Os cineastas construíram 227 bonecos para representar os personagens do filme, com Jack Skellington possuindo cerca de 400 cabeças, permitindo a expressão de todas as emoções possíveis. Os movimentos da boca de Sally foram animados através de métodos de substituição. Durante o processo de animação, Sally possuía várias tipos de faces que funcionavam como máscaras para assim preservar a ordem dos seus longos cabelos vermelhos. Tinha dez tipos de faces, cada uma formada com uma série de onze expressões (por exemplo, os olhos abertos e fechados, e várias poses faciais) e os movimentos da boca sincronizados.


Bom, mesmo o filme não tendo um envolvimento total de Tim Burton, você percebe que por ser uma história criada por ele, fica em evidência que o filme contém a sua marca, que são filmes com visuais um tanto quanto obscuros e diferenciados. A composição de imagens em stop-motion é uma qualidade que diferencia o filme, você pode ver essa qualidade também em A Noiva-Cadáver (2005), um filme que lembra um pouco o visual de O Estranho Mundo de Jack. Mesmo sem o envolvimento de Tim, a direção de Henry Selick é algo que marca o filme e o torna a cara do criador. Selick faz da história de Burton um ícone, mesmo ele não ganhando muito crédito por isso, já que o nome do Tim é estampado na capa do filme, porém o jeito que Selick proporciona as cenas é de uma delicadeza que mantém quem está assistindo vidrado a todo estante.


Quanto a história criada por Tim, eu resumo em perfeição! Talvez eu seja um pouco suspeito em falar desse magnífico diretor, roteirista e tudo mais, a realidade é que eu sou um grande fã dele, procuro trazer 'toda loucura' de Tim para as composições de plantas arquitetônicas, já que faço arquitetura, e com certeza ele é uma fonte de inspiração para mim. O Estranho Mundo de Jack traz ao mesmo tempo a sobriedade e alegria. Sobriedade por ser um filme que não contém muitas cores na maioria das cenas, mas as poucas cores são revestidas de alegria por conta dos personagens divertidos. A cada vez que conheço um trabalho novo do Tim, é como se eu subisse mais um degrau para a criatividade. 


Os diálogos são poucos, mas as musicas contidas durante todo o roteiro é algo insubstituível. Eles trocam o diálogo pela musica, para assim explicar o que está acontecendo no filme de um jeito diferente e inovador. É um filme que se você assiste várias e várias vezes, acaba decorando as musiquinhas divertidas contidas nele. Tim consegue criar um visual sobre o Halloween totalmente divertido e, em termos, assustador. A fotografia da Cidade do Halloween é um ambiente bem sombrio e os personagens são os que nós conhecemos por histórias, como o bicho-papão, vampiros, dentre outros. Mas mesmo com esse visual 'macabro', os personagens no filme são como pessoas normais, conversando entre eles sobre interesses, o que o torna divertidos. E garanto, se você ainda não viu, irá se apaixonar.

Em 1994, o filme foi indicado na categoria de melhores efeitos especiais no Oscar, mas não ganhou. No Prêmio Saturno ele venceu as categorias de melhor filme de fantasia e melhor música. Foi indicado nas categorias de melhor diretor e melhores efeitos especiais, mas não venceu. No Globo de Ouro, o filme só foi indicado na categoria de melhor trilha sonora original, mas infelizmente não venceu. Totalizando todas as indicações, O Estranho Mundo de Jack venceu duas.


Nota do Filme: 10 de 10


E essa foi a dica inspiradora para essa quarta feira.
Entre no clima e veja O Estranho Mundo de Jack.
Espero vocês amanhã leitores!

XOXO

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